sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Fim



Em uma tarde qualquer,
Chovia muito lá fora.
E pela fresta da janela,
Apareceu uma mulher...

Eu, que fui até a janela para me libertar,
Encontrei com aquele rosto genuíno:
Mãos pequenas, cabelos longos...
Voz rouca surgindo:

- Não se assuste pequena apaixonada.
Venho acompanhar aquele que está com você.
Ficarei por pouco tempo em sua morada,
Mas te trarei mais dor que a dor pode trazer.

“É um sonho” – eu pensei.
Mas logo percebi que era real.
Por uma fechadura a espiei,
Mas já não estava no quintal.

E uma força maior que eu
Parecia me possuir a alma.
O chão todo estremeceu,
E logo depois, veio a calma.

...

Eu não conseguia vê-la.
Mas ela sempre falava comigo.
Perguntava de você...
E daquele amor antigo...

O peito que já havia de esquecer,
Voltou a bater, gritar por você!
E quanto mais a voz falava ao ouvido,
Mais percebia não ter te esquecido.

A mulher me fazia mal,
Falava-me das juras de amor...
Do seu carinho natural,
Do seu sorriso encantador.

Pouco tempo ela ficou aqui,
Me fazendo lembrar cada vez mais.
Ela me fez te esperar todos os dias,
Até que a dor foi demais...

Eu não podia falar-lhe,
Pois não conseguia vê-la.
Não podia contê-la!
E creio que ela sabia disso.

Tão maior ela foi ficando,
Tão mais rápido eu fui morrendo.
Quando a ouvi chamando,
O coração já não batendo...

Não ouvia mais meus gritos.
E em um minuto de desespero,
Como sei que ela é sempre a última a morrer,
Decidi me levar primeiro...


By: Camilinha! :)

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